Introdução
Registro, documentação ou necessidade de expressão, sacra ou profana, o fato é que a incisão ou gravado sobre superfícies rijas está presente desde que se conhece a história do homem. É de se supor que o esforço de apropriação e revelação de seu universo, milhares de anos antes da invenção do papel e da imprensa, tenha levado o homem a uma forma de registro. Possivelmente esta intenção aliada ao gesto de gravar impregnou de características específicas aquilo que iria estruturar uma "linguagem" bem distinta da do desenho, da pintura, da escultura, da fotografia e do cinema.
A troca, a comunicação e a divulgação no momento em que o homem se organiza socialmente, e especificamente com o advento dos primeiros núcleos urbanos, criaram a necessidade de encontrar um meio de multiplicação não só de texto como também de imagens. As implicações culturais e sociais que daí advieram são indiscutíveis.
A multiplicação de um original - a partir de uma matriz geradora veio romper a tradição valorativa da peça única, provocando uma renovação que iria afetar, inclusive o conceito e as avaliações estéticas. O valor de uma obra que aumenta ou diminui pelo fato de estar limitada a um possuidor privilegiado é quando muito, posta em questão. Esse valor na obra de multiplicação aumenta na medida do seu desdobramento, uma vez que patrocina a possibilidade de um convívio sem barreiras geográficas, sociais e culturais, com imagens, conceitos permanentemente transformadores da realidade. Assim a gravura vem expressar os anseios dos homens, sociais e culturalmente distanciados e diferenciados, consignados deste modo o seu alto sentido democrático.
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Lyria Palombini
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A0072
Lyria Palombini - (1939). Mineira, é desenhista, gravadora e entalhadora. Iniciou seus estudos artísticos no Instituto de Belas Artes do Rio de Janeiro, sob a orientação de Deveza, Teruz e Aurélio DAlincourt. Aperfeiçoou-se em xilo, ainda no Rio, com Maria de Lourdes Mader Pereira, Vitor Gerhard e José de Lima, cujos trabalhos tiveram grande sucesso nas exposições, levando Walmir Ayala fazer a seguinte observação sobre a artista: 'Liria Palombini é a mais nova revelação de gravadora no Rio de Janeiro. Em seu trabalho define-se uma artista que sobrepõe à sensibilidade, sem descuidar-se dela, a inteligência.' (1974). Participou de inúmeras coletivas e realizou diversas individuais.
Formação Artistica
Cursou IBA, e CEAC com Maria de Lourdes Neder e Victor Gehrard, trabalhou com Ivan Cerpa e cerâmica com Pedro C. Araujo MAM/RJ. Estágio no EAV (litografia) com Antonio Grosso e na Oficina de metal do Inga com Ana Leticia. Cursos Intensivos de Hitória da Arte no MAM/RJ. -Teoria da cor (MAM) com Israel Pedrosa- -Arte Contemporânea com Valmir Áyala- -Crítica a Arte do Sec. XX (MAM) com Alair Gomes.