Introdução
Registro, documentação ou necessidade de expressão, sacra ou profana, o fato é que a incisão ou gravado sobre superfícies rijas está presente desde que se conhece a história do homem. É de se supor que o esforço de apropriação e revelação de seu universo, milhares de anos antes da invenção do papel e da imprensa, tenha levado o homem a uma forma de registro. Possivelmente esta intenção aliada ao gesto de gravar impregnou de características específicas aquilo que iria estruturar uma "linguagem" bem distinta da do desenho, da pintura, da escultura, da fotografia e do cinema.
A troca, a comunicação e a divulgação no momento em que o homem se organiza socialmente, e especificamente com o advento dos primeiros núcleos urbanos, criaram a necessidade de encontrar um meio de multiplicação não só de texto como também de imagens. As implicações culturais e sociais que daí advieram são indiscutíveis.
A multiplicação de um original - a partir de uma matriz geradora veio romper a tradição valorativa da peça única, provocando uma renovação que iria afetar, inclusive o conceito e as avaliações estéticas. O valor de uma obra que aumenta ou diminui pelo fato de estar limitada a um possuidor privilegiado é quando muito, posta em questão. Esse valor na obra de multiplicação aumenta na medida do seu desdobramento, uma vez que patrocina a possibilidade de um convívio sem barreiras geográficas, sociais e culturais, com imagens, conceitos permanentemente transformadores da realidade. Assim a gravura vem expressar os anseios dos homens, sociais e culturalmente distanciados e diferenciados, consignados deste modo o seu alto sentido democrático.
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Guto Lacaz
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A0277
Carlos Augusto Martins Lacaz (São Paulo SP 1948). Artista multimídia, ilustrador, designer, desenhista e cenógrafo. Forma-se em eletrônica industrial pelo Liceu Eduardo Prado, em 1970, e em arquitetura pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de São José dos Campos, São Paulo, em 1974. É editor de arte das revistas Around/AZ e Via Cinturato. Entre 1978 e 1984, leciona comunicação visual e desenho de arquitetura na Faculdade de Artes Plásticas da Pontifícia Universidade Católica - PUC, de Campinas. Em São Paulo, leciona no Colégio Iadê, no curso de arquitetura na Faculdade de Belas Artes e no curso livre Artur Cole, entre 1981 e 1984. Realiza performances como Eletro-Performance, 1984-Estranha Descoberta Acidental, 1984- O Executivo Heavy Metal, 1987- Espetáculo Máquinas II, 1999, entre outras. Na década de 1990, ilustra os livros Crescente: 1977-1990, de Duda Machado- Num Zoológico de Letras, de Régis Bonvicino (1955)- e o Balé dos Skazka's, de Kátia Canton. Em 2005, publica o livro Desculpe a Letra, que reúne desenhos realizados para a coluna da jornalista Joyce Paschowith, no jornal Folha de S. Paulo.
Nascimento
1948 - São Paulo SP - 20 de setembro
Formação
1966/1970 - São Paulo SP - Cursa eletrônica industrial no Liceu Eduardo Prado
1970/1974 - São José dos Campos SP - Cursa a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo
Cronologia
Artista multimídia, ilustrador, designer, desenhista e cenógrafo