Introdução
Registro, documentação ou necessidade de expressão, sacra ou profana, o fato é que a incisão ou gravado sobre superfícies rijas está presente desde que se conhece a história do homem. É de se supor que o esforço de apropriação e revelação de seu universo, milhares de anos antes da invenção do papel e da imprensa, tenha levado o homem a uma forma de registro. Possivelmente esta intenção aliada ao gesto de gravar impregnou de características específicas aquilo que iria estruturar uma "linguagem" bem distinta da do desenho, da pintura, da escultura, da fotografia e do cinema.
A troca, a comunicação e a divulgação no momento em que o homem se organiza socialmente, e especificamente com o advento dos primeiros núcleos urbanos, criaram a necessidade de encontrar um meio de multiplicação não só de texto como também de imagens. As implicações culturais e sociais que daí advieram são indiscutíveis.
A multiplicação de um original - a partir de uma matriz geradora veio romper a tradição valorativa da peça única, provocando uma renovação que iria afetar, inclusive o conceito e as avaliações estéticas. O valor de uma obra que aumenta ou diminui pelo fato de estar limitada a um possuidor privilegiado é quando muito, posta em questão. Esse valor na obra de multiplicação aumenta na medida do seu desdobramento, uma vez que patrocina a possibilidade de um convívio sem barreiras geográficas, sociais e culturais, com imagens, conceitos permanentemente transformadores da realidade. Assim a gravura vem expressar os anseios dos homens, sociais e culturalmente distanciados e diferenciados, consignados deste modo o seu alto sentido democrático.
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Floriano Teixeira
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A0044
Floriano de Araújo Teixeira (Cajapió MA 1923 - Salvador BA 2000). Pintor, desenhista, gravador, cenógrafo. Inicia seus estudos de desenho, em São Luís, com Rubens Damasceno em 1935 e de pintura com João Lázaro de Figueiredo (1911 - 1981) em 1940. Em 1949, participa da fundação do Núcleo Eliseu Visconti. Dois anos depois, em Fortaleza, participa da criação do Grupo dos Independentes, com Antonio Bandeira (1922 - 1967) eSiqueira (1917 - 1997). Em 1962, organiza e dirige o Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará - UFCE. Ilustra vários livros, destacando-se entre eles: Dona Flor e seus Dois Maridos, A Morte e a Morte de Quincas Berro D'Água, O Menino Grapiúna - todos de Jorge Amado (1912 - 2001) - e A Terra dos Meninos Pelados, de Graciliano Ramos (1892 - 1953).
Nascimento/Morte
1923 - Cajapió MA - 08 de março
2000 - Salvador BA - 21 de julho
Formação
1935 - São Luís MA - Inicia estudos de desenho com o professor Rubens Damasceno
1940 - São Luís MA - Inicia estudos de pintura com João Lázaro de Figueiredo (1911 - 1981)
s.d. - Salvador BA - Ilustra os livros Dona Flor e Seus Dois Maridos e a Morte e a Morte de Quincas Berro D´Água de Jorge Amado (1912 - 2001), publicados pela editora Record
s.d. - Rio de Janeiro RJ - Ilustra o livro A Terra dos Meninos Pelados, de Graciliano Ramos (1892 - 1953), publicado pela Record
1949 - São Luís MA - Participa da fundação do Núcleo Eliseu Visconti, que tem por objetivo a renovação do ambiente cultural da capital maranhense. O núcleo atua até o início da década de 1950
1950 - Fortaleza CE - Vive nessa cidade
1952 - Fortaleza CE - Participa da criação do Grupo dos Independentes, junto com Antonio Bandeira (1922 - 1967) e Siqueira (1917 - 1997)
1953 - Fortaleza CE - Pinta um mural representando a vida nordestina para a Companhia de Seguros Sul-América
1962 - Fortaleza CE - Organiza e dirige o Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará - UFCE
1965 - Salvador BA - Vive nessa cidade
1982 - Rio de Janeiro RJ - Ilustra o livro O Menino Grapiúna, de Jorge Amado, publicado pela editora Record
1996 - Salvador BA - Ilustra com outros artistas o livro Gramadinho - A Alma do Saveiro, de Lev Smarcevski, publicado pela Odebrecht
1997 - Rio de Janeiro RJ e Brasília DF - Ilustra com outros artistas o livro Castro Alves: Edição Comemorativa dos 150 Anos de Nascimento de Antônio de Castro Alves, publicado pela Odebrecht e pela Fundação Banco do Brasil