Introdução
Registro, documentação ou necessidade de expressão, sacra ou profana, o fato é que a incisão ou gravado sobre superfícies rijas está presente desde que se conhece a história do homem. É de se supor que o esforço de apropriação e revelação de seu universo, milhares de anos antes da invenção do papel e da imprensa, tenha levado o homem a uma forma de registro. Possivelmente esta intenção aliada ao gesto de gravar impregnou de características específicas aquilo que iria estruturar uma "linguagem" bem distinta da do desenho, da pintura, da escultura, da fotografia e do cinema.
A troca, a comunicação e a divulgação no momento em que o homem se organiza socialmente, e especificamente com o advento dos primeiros núcleos urbanos, criaram a necessidade de encontrar um meio de multiplicação não só de texto como também de imagens. As implicações culturais e sociais que daí advieram são indiscutíveis.
A multiplicação de um original - a partir de uma matriz geradora veio romper a tradição valorativa da peça única, provocando uma renovação que iria afetar, inclusive o conceito e as avaliações estéticas. O valor de uma obra que aumenta ou diminui pelo fato de estar limitada a um possuidor privilegiado é quando muito, posta em questão. Esse valor na obra de multiplicação aumenta na medida do seu desdobramento, uma vez que patrocina a possibilidade de um convívio sem barreiras geográficas, sociais e culturais, com imagens, conceitos permanentemente transformadores da realidade. Assim a gravura vem expressar os anseios dos homens, sociais e culturalmente distanciados e diferenciados, consignados deste modo o seu alto sentido democrático.
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Ermelindo Nardin
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A0084
Ermelindo Nardin (Piracicaba SP 1943). Pintor, desenhista, gravador e professor. Estuda na Escola de Belas Artes de São Paulo entre 1957 e 1962 e, paralelamente, faz curso de história da arte com Wolfgang Pfeiffer, de desenho e pintura com Augusto Barbosa, de história da estética com Renato Cirell Czerna no Museu de Arte de São Paulo Assis Chateubriand (Masp). Freqüenta o curso As Etapas da Arte nos Séculos XIX e XX, no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), em 1968. No mesmo ano, realiza sua primeira exposição individual no Museu de Arte Contemporânea José Pancetti (MACC). Ministra curso de xilogravura na Escola de Belas Artes de São Paulo, entre 1961 e 1962. Recebe o Prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) de Melhor Desenhista de 1980. Em 1983 o Masp publica o livro Retratos Imaginários de Ermelindo Nardin 1978/1983, com texto de Jacob Klintowitz. O artista leciona no Departamento de Artes Plásticas da Unicamp em 1986 e ministra o curso Expressão Gráfica, Formas e Cores no Paço das Artes, em 1988.
Nascimento
1943 - Piracicaba SP - 19 de fevereiro
Cronologia
Pintor, desenhista, gravador, professor