Introdução
Registro, documentação ou necessidade de expressão, sacra ou profana, o fato é que a incisão ou gravado sobre superfícies rijas está presente desde que se conhece a história do homem. É de se supor que o esforço de apropriação e revelação de seu universo, milhares de anos antes da invenção do papel e da imprensa, tenha levado o homem a uma forma de registro. Possivelmente esta intenção aliada ao gesto de gravar impregnou de características específicas aquilo que iria estruturar uma "linguagem" bem distinta da do desenho, da pintura, da escultura, da fotografia e do cinema.
A troca, a comunicação e a divulgação no momento em que o homem se organiza socialmente, e especificamente com o advento dos primeiros núcleos urbanos, criaram a necessidade de encontrar um meio de multiplicação não só de texto como também de imagens. As implicações culturais e sociais que daí advieram são indiscutíveis.
A multiplicação de um original - a partir de uma matriz geradora veio romper a tradição valorativa da peça única, provocando uma renovação que iria afetar, inclusive o conceito e as avaliações estéticas. O valor de uma obra que aumenta ou diminui pelo fato de estar limitada a um possuidor privilegiado é quando muito, posta em questão. Esse valor na obra de multiplicação aumenta na medida do seu desdobramento, uma vez que patrocina a possibilidade de um convívio sem barreiras geográficas, sociais e culturais, com imagens, conceitos permanentemente transformadores da realidade. Assim a gravura vem expressar os anseios dos homens, sociais e culturalmente distanciados e diferenciados, consignados deste modo o seu alto sentido democrático.
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Eduardo Iglesias
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A0058
Eduardo Sanches Iglesias (Marília SP 1940). Pintor, desenhista e gravador. Inicia seus estudos artísticos na sua cidade natal, em 1954. Três anos depois, muda-se para São Paulo, onde estuda durante um ano na Associação Paulista de Belas Artes. Em 1976, passa a freqüentar o Ymagos - Ateliê de Gravuras, onde conhece Eloisio Motta, Renina Katz, Bernardo Cid, Maria Bonomi, Darel, Guilherme de Faria e Hermelindo Nardin. Em 1987, é convidado pela Wake Forest University, em Winston Salem, Estados Unidos, para participar de um curso de litogravura e, em 1997, participa do 1º Eletromídia de Arte.
Nascimento
1940 - Marília SP - 28 de janeiro
Formação
1954 - Marília SP - Aulas de pintura com a Srª Nunes
1957 - São Paulo SP - Freqüenta durante um ano a Associação Paulista de Belas Artes
Cronologia
Pintor, desenhista, gravador