Introdução
Registro, documentação ou necessidade de expressão, sacra ou profana, o fato é que a incisão ou gravado sobre superfícies rijas está presente desde que se conhece a história do homem. É de se supor que o esforço de apropriação e revelação de seu universo, milhares de anos antes da invenção do papel e da imprensa, tenha levado o homem a uma forma de registro. Possivelmente esta intenção aliada ao gesto de gravar impregnou de características específicas aquilo que iria estruturar uma "linguagem" bem distinta da do desenho, da pintura, da escultura, da fotografia e do cinema.
A troca, a comunicação e a divulgação no momento em que o homem se organiza socialmente, e especificamente com o advento dos primeiros núcleos urbanos, criaram a necessidade de encontrar um meio de multiplicação não só de texto como também de imagens. As implicações culturais e sociais que daí advieram são indiscutíveis.
A multiplicação de um original - a partir de uma matriz geradora veio romper a tradição valorativa da peça única, provocando uma renovação que iria afetar, inclusive o conceito e as avaliações estéticas. O valor de uma obra que aumenta ou diminui pelo fato de estar limitada a um possuidor privilegiado é quando muito, posta em questão. Esse valor na obra de multiplicação aumenta na medida do seu desdobramento, uma vez que patrocina a possibilidade de um convívio sem barreiras geográficas, sociais e culturais, com imagens, conceitos permanentemente transformadores da realidade. Assim a gravura vem expressar os anseios dos homens, sociais e culturalmente distanciados e diferenciados, consignados deste modo o seu alto sentido democrático.
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Agi Strauss
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A0001
Agathe Deutsch (Viena, Áustria 1926) estuda no Masp, em 1952, com Darel, Poty e Aldemir Martins. Aperfeiçoa-se em afresco com Gaetano Miani, com quem executa um afresco no Palácio do Café, e realiza estudos de escultura com Zamoisky. Paralelamente, escreve e ilustra livros infantis. Entre 1960 e 1962, funda e dirige a escola Agi, de arte para crianças. Por seis anos, é desenhista do Suplemento Literário do jornal O Estado de S. Paulo. Em 1976, expõe na coletiva Imigrantes nas Artes Plásticas de São Paulo, no Masp. Em 1988, participa da exposição Mulher, Espírito e Matéria, no Paço das Artes, em São Paulo.
Pintora, desenhista, gravadora, escultora, ilustradora, escritora